Manejo reduz a erradicação de cultivares de cana-de-açúcar

Pesquisas de melhoramento genético têm disponibilizado cultivares de cana-de-açúcar com alto potencial produtivo. Entretanto, alguns desses materiais podem ser mais suscetíveis às pragas e doenças, mas, o segredo esta no manejo. Com um manejo adequado, a variedade manterá elevado potencial, longevidade e não precisará ser erradicada.

O Brasil é o maior produtor de cana-de-açúcar do mundo, muito desse feito deve-se aos programas de melhoramento genético de cana-de-açúcar, realizados pela Rede Interuniversitária de Desenvolvimento do Setor Sucroenergético – Ridesa (parte do antigo Planalsucar – variedades RB), Centro de Tecnologia Canavieira – CTC (antigo Centro de Tecnologia Copersucar – variedades SP), e pelo Instituto Agronômico (IAC).

Os programas de melhoramento genético têm desenvolvido cultivares de cana-de-açúcar adaptadas a ambientes de condições específicas de solo, clima, época de colheita, maior tolerância ao estresse hídrico, maior resistência às pragas e doenças e melhor adaptação à colheita mecanizada. E este é um trabalho árduo. O processo de melhoramento genético desde o início das pesquisas até a descoberta de uma nova cultivar de cana-de-açúcar leva 15 anos, em média. Essa dificuldade é resultado de fatores como: a cana tem um genoma complexo – apresenta entre 100 e 130 cromossomos, para comparação, o milho tem 20 cromossomos, e o ser humano 46; a cana-de-açúcar também é comumente propagada vegetativamente e não por sementes, o que traz mais restrições ao processo de melhoramento.

Existem no Brasil mais de 500 variedades comerciais de cana-de-açúcar, porém, as 20 principais ocupam 80% da área plantada com cana. Essa pouca diversificação no plantel varietal preocupa os pesquisadores, para eles, a estratégia de limitar o uso de cada variedade a apenas uma fração – no máximo 15% – do canavial é fundamental para diminuir o impacto de eventuais doenças que venham a atacar variedades susceptíveis.

DIVERSIFICAÇÃO DE PLANTEL E ADOÇÃO DE VARIEDADES MODERNAS

Além de diversificar o plantela escolha de cultivares de cana-de-açúcar é uma etapa fundamental do processo de implantação de um canavial. Um erro nesse momento custa caro. Alocar cultivares de cana-de-açúcar que não estejam em plena sintonia com as condições de clima, solo e época de corte daquela área resultará em baixa produção e, consequentemente, em queda na rentabilidade do negócio. Sem falar que, diante dos atuais altos custos de plantio (entre R$ 10,500/hectare e R$ 12,500/hectare), se torna inviável renovar o canavial em um curto espaço de tempo, sendo necessário conviver com o “problema” por, no mínimo, cinco anos.

Faz parte desse processo de implantação de um canavial saber quando será realizada a colheita, pois as cultivares de cana-de-açúcar se dividem entre precoces, médias e tardias. Cada uma é voltada para um momento específico da safra: início, meio e fim, respectivamente.

O que também não pode ser negligenciado é conhecer as características físico-hídricas, morfológicas e químicas dos solos onde esses materiais serão alocados e o clima (precipitação, evaporação, ventos, geada) da região. Essas interações formam os ambientes de produção, uma nomenclatura de “A” a “E” que classifica os ambientes segundo seu potencial de produção.

Ambientes “A” possuem determinadas características que permitem à cana-de-açúcar alcançar produtividades que ultrapassem os três dígitos (mais de 100 toneladas por hectare). Já ambientes mais restritivos (“D” e “E”) terão mais dificuldades em entregar uma alta produção, em função de seus solos serem altamente arenosos e, consequentemente, mais pobres em nutrientes e com menor capacidade de retenção de água. Dessa forma, a alocação das variedades deve seguir à risca essas particularidades. Materiais mais responsivos terão elevada performance em ambientes melhores, ao passo que os mais rústicos devem ser reservados para os ambientes mais restritos.

A IMPORTÂNCIA DO BOM MANEJO AGRÍCOLA

A média atual de produtividade da cana-planta (primeiro corte) do estado de São Paulo está próxima de 115 toneladas por hectare, bem abaixo de seu potencial biológico, que pode chegar as 350 toneladas por hectare. Assim, observa-se que a produtividade atual, equivale a aproximadamente 33% do potencial biológico da cultura da cana-de-açúcarPara a cana alcançar esse maior potencial é necessário que, além da escolha das variedades adequadas ao clima e solos propícios, é fundamental realizar um excelente manejo nutricional, de controle de pragas, doenças e plantas daninhas, além de utilizar de recursos como a irrigação, se necessário.

Portanto, plantar uma variedade altamente responsiva num ambiente “A” não é suficiente para extrair o máximo de seu potencial produtivo. É importante aliar um bom manejo nutricional visando prover ferramentas para que a cana-de-açúcar atinja produtividades mais elevadas.

O mesmo ocorre com variedades rústicas alocadas em ambientes restritivos. Não é porque essa área irá, teoricamente, entregar uma produção menor, que não se deve tratá-la com as melhores tecnologias. O uso dessas ferramentas irá deixar a cana fisiologicamente mais preparada para os estresses bióticos e abióticos que ela irá enfrentar ao longo de seu ciclo, recuperando assim parte de sua produtividade.

O BOM MANEJO É UM ALIADO IMPORTANTE DAS VARIEDADES DE CANA

Esse manejo eficiente não só otimiza a produtividade e a longevidade dos canaviais, como contribui para que não haja erradicação de variedades de cana mais suscetíveis às pragas ou menor sensibilidade a estresse hídrico e doenças  porém com alto potencial produtivo.

Pensando nisso, a Stoller criou o programa “Cana Perene”, que maneja a cana-de-açúcar em cada etapa do seu desenvolvimento ao longo de todos os cortes. Como benefícios principais, destacam-se: acúmulo de biomassa nos meses de maior crescimento da cultura; aumento da taxa fotossintética; maior resistência e defesa aos estresses bióticos e abióticos; nutrição equilibrada na fase de maior desenvolvimento;; aumento da produção, translocação e armazenamento de açúcar.

O (A) Representante Técnico (a) de Vendas da Stoller Breno, explica que o “Cana Perene” engloba quatro grandes programas. O “Enraize” alia as soluções Stimulate e Rizotec para formação de um canavial vigoroso e bem estabelecido, através de uma maior velocidade de brotação, alto perfilhamento, formação adequada do sistema radicular e livre do ataque de nematoides desde o início de seu ciclo.

Já durante o crescimento vegetativo, fase em que ocorre as maiores taxas de acúmulo de sacarose, é importante aumentar a taxa fotossintética da planta, garantir uma nutrição capaz de suprir todas as necessidades da cana durante esse período e criar mecanismos de defesa contra os efeitos dos estresses abióticos e bióticos, como o ataque de doenças por exemplo.

Além disso, as variedades de cana-de-açúcar diferem em sua suscetibilidade a doenças e pragas, e a nutrição pode influenciar a resistência das plantas a esses agentes estressantes. Uma nutrição adequada pode fornecer às plantas os nutrientes necessários para fortalecer seu sistema imunológico, enquanto uma deficiência nutricional pode deixa-las mais suscetíveis a doenças e pragas. “Com quatro produtos distintos (Stimulate, Starter Cana, N Cana e Re-leaf), o programa ‘PromovaND’ atua diretamente em todas essas frentes, com resultados de campo que comprovam sua eficácia.”

por fim, orepresentante da Stoller destaca os programas de manejo “Mover” e “Pré-Seca”. O primeiro programa aposta no uso de um pré-maturador para maximizar o acúmulo de sacarose nos colmos através do aumento da taxa fotossintética e de uma melhor eficiência da planta em translocar seus fotoassimilados. Já o segundo prepara a cultura para enfrentar os períodos mais secos do ano sem grandes estresses, evitando assim grandes perdas em TCH e ATR.

“Por meio do ‘Cana Perene’, produtores e usinas conseguem maximizar a produtividade de cada corte e aumentar a longevidade das áreas, garantindo assim maior lucro na operação agrícola”, finaliza.

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