Componentes de Produtividade do café

A produtividade do café é afetada por adversidades ao longo do ano agrícola, estes impactos podem ser observados na safra presente, bem como nas safras futuras.

É preciso conhecer todas as fases de desenvolvimento, suas necessidades e limitações, a fim de proporcionar às plantas uma alta resiliência, possibilitando ganhos nos componentes de produtividade.

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Segundo Camargo e Camargo (2001), o cafeeiro leva dois anos para completar seu ciclo fenológico de frutificação, no primeiro ano ocorre a vegetação, formação de gemas foliares, indução e maturação das gemas florais, e no segundo ano ocorre a florada, granação dos frutos, maturação dos frutos, repouso e senescência dos ramos terciários e quaternários.

Figura 1: Stoller

Imagem-anos-fenologicos

Fonte: Esquematização das fases fenológicas do cafeeiro, durante 24 meses, nas condições climáticas tropicais do Brasil. Adaptado CAMARGO E CAMARGO (2001).

 

Os componentes que formam a produtividade do café correspondem ao número de plantas por hectare, número de nós por planta, número de frutos por nó/roseta e peso de sementes por fruto.

Produtividade de uma lavoura de café (kg/hectare):
Imagem-Produtividade-lavoura-cafe

(Cannell, 1973; 1975)

O número de plantas por hectare é escolhido pelo produtor no planejamento de plantio, considerando as condições edafoclimáticas da região, presença de nematoides, escalonamento de colheita, histórico de produtividade da cultivar e sua resistência a pragas e doenças, dentre outros parâmetros. É muito importante que este componente seja bem trabalhado, pois o cafeeiro permanecerá por vários anos a campo.

O componente número de nós por planta é definido pela quantidade de ramos plagiotrópicos multiplicado pelo número de nós presentes nestes. Este componente é construído durante a fase de vegetação do cafeeiro, e a construção da produtividade passa pelo maior desenvolvimento deste componente, o qual influencia diretamente na bienalidade do cafeeiro.

O pico no crescimento vegetativo ocorre entre os meses de setembro a janeiro, fase em que os ramos plagiotrópicos são drenos prioritários de fotoassimilados. Assim que se inicia a granação dos frutos, estes passam a serem os drenos principais limitando o crescimento vegetativo.

 

Figura 2: Dinâmica de crescimento dos ramos plagiotrópicos do cafeeiro ao longo do ciclo. Adaptado de Andrade et al. (2009)

A partir da definição do número de nós por planta, novos desafios iniciam-se no cafeeiro, que são a diferenciação das gemas axilares em reprodutivas, seguido pela fecundação, abertura das flores, pegamento dos primórdios de frutos, fixação dos chumbinhos nos nós/roseta, granação e maturação. Ano após ano, o ciclo se repetirá com todas as fases de crescimento vegetativo, reprodutivo e frutificação, sincronizadas pelo clima e manejo durante toda a vida útil do cafeeiro.

Estima-se que em cada nó, tenha 10 gemas reprodutivas que poderão dar origem a 40 flores, e posteriormente cada flor dará origem a um fruto. Portanto em cada nó/roseta é possível observar no máximo 40 frutos, denominado de rendimento teórico.

Logo após o período de expansão, o peso de sementes é o último componente de produtividade a ser definido na fase de granação ou enchimento dos frutos. Estas duas fases, expansão e granação são essenciais para garantir uma melhor conversão entre os frutos colhidos da lavoura em sacas de café beneficiado, bem como a definição de peneira.

Figura 3: Stoller

Imagem-Relativo-Potencial-Produtivo

Fonte: Perdas no florescimento e frutificação. Adaptado de Bonfim Neto (2007) e Carvalho et al. (2014)

Uma florada abundante é prenúncio de uma boa colheita, entretanto, sob situações de adversidades as perdas do florescimento até a colheita podem chegar a 80% (Figura 3). Logicamente, a intensidade das perdas está relacionada a capacidade da planta em superá-los, ou seja, o estado de resiliência aos inúmeros estresses que ocorrem ao longo do ciclo. Estes impactos explicam o fato de raramente atingirmos o potencial máximo de frutos em cada roseta.

Para maximizar os ganhos e minimizar as perdas nos componentes de produtividade é preciso garantir que as práticas de manejo estejam sincronizadas com as fases de desenvolvimento do cafeeiro, e que nenhuma prática seja negligenciada ao longo do ciclo, por isso devemos olhar para todos os ângulos da lavoura construindo plantas mais resilientes as adversidades.

Desta forma podemos considerar que no primeiro momento é o estado da planta que controla a intensidade do dano do estresse. Assim devemos ficar de olho na planta, e a Stoller pode te ajudar através de seus programas de manejo.

A Stoller conta com diversas soluções integradas que aliam tecnologia de ponta e excelência em eficiência para otimizar a produtividade das lavouras espalhadas pelo Brasil. Tudo isso para trazer mais rentabilidade e praticidade para o seu trabalho, produtor.

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