O controle de nematoides é um tema que interessa cada vez mais aos produtores rurais espalhados por todo o Brasil. Afinal, esse é um problema que atinge um grande número de lavouras, causando perdas significativas, seja da produtividade ou mesmo da qualidade do produto final, como no caso de batata e cenoura.
Devido ao clima tropical do nosso país, os nematoides encontram as condições de temperatura e umidade ideais para se reproduzirem e se alimentarem. Somado a isso, o sistema produtivo atual proporciona condições para potencializar exponencialmente o aumento do problema, uma vez que na maioria das áreas ainda é realizado o monocultivo ou sucessão de espécies hospedeiras. .
De acordo com dados da Blink Strategies, 30% dos produtores de soja no Brasil afirmam ter problemas com nematoides em suas propriedades (ou pelo menos em uma parte da fazenda). Só para citar o exemplo do Mato Grosso, um dos principais produtores de grãos em nosso país, os nematoides estão presentes em cerca de 61% das propriedades.
Em termos econômicos, essa quebra produtiva causada pelos fitonematoides gira na casa de 9 a 10 sacas por hectare. Levando em conta a média de preço da última safra, são prejuízos na casa de até 230 dólares (a depender do preço da saca, é claro!).

Com isso em vista, está mais do que provado que precisamos olhar com atenção para esse problema muito comum nas lavouras brasileiras. Então, continue lendo este artigo e confira algumas dicas de manejo para o controle de nematoides.
Como nós dissemos anteriormente em um outro texto aqui do nosso blog, a produtividade nada mais é do que tudo o que a planta produz de alimentos menos aquilo que ela gasta para se desenvolver e se defender dos estresses que estão sempre no ambiente.
E o sistema radicular tem uma importância fundamental no que diz respeito a atenuação desses estresses. Acontece que, no solo, existem diversos fatores que podem impactar diretamente no sistema radicular, consequentemente afetando como a planta lida com os estresses.
Um exemplo são os fatores químicos e físicos, como baixo teor de nutrientes, o alto teor de alumínio e a compactação, etc. Mas além disso também devemos destacar o desequilíbrio biológico, no qual os fitonematoides se inserem.
Os fitonematoides são vermes de tamanho microscópico, de corpo alongado, que estão presentes no solo. Eles atacam principalmente o sistema radicular de uma planta, especialmente as radicelas, que são as grandes responsáveis pela absorção de água e nutrientes.
Além disso, os nematoides também vão alterar toda a dinâmica dos feixes vasculares, atrapalhando a absorção de água e interferindo na produção, tanto quantitativamente quanto qualitativamente (como é o caso da cenoura e da batata, por exemplo).
De uma forma geral, as principais espécies de fitonematoides são:

O aumento na população de nematoides em uma lavoura pode ser explicado por diferentes motivos. O primeiro deles é a falta de rotação de culturas com espécies não hospedeiras aos vermes.. O uso contínuo de espécies consideradas hospedeiras é ponto chave para o aumento dessa problemática. Por exemplo, na sucessão soja-milho ou soja-feijão, esse sistema favorece a multiplicação da maioria dos fitonematoides prejudiciais a ambos os cultivos.
Além disso, no sistema produtivo atual existe a necessidade de utilizarmos cultivares cada mais mais produtivos e precoces, o que na maioria das vezes está atrelado a materiais com baixa resistência e com menor tolerância ao ataque dos nematoides.

O segundo fator que merece destaque é a capacidade de multiplicação dos nematoides. Como vemos na imagem, a quantidade de ovos por fêmea é muito grande, podendo chegar a até 500 ovos em uma única fêmea. Soma-se a isso, o ciclo de vida dos vermes, o qual é muito curto em nossas condições tropicais (de 2 a 4 semanas), dá pra imaginar o quanto essa população pode se elevar em uma única safra de soja, não é mesmo?
Como nós já dissemos anteriormente, o problema dos nematoides não é de fácil solução. Ou seja, não é apenas uma estratégia que irá resolver essa situação. Na verdade, o ideal é que o produtor invista em um conjunto de estratégias e ferramentas que o ajudará neste processo. Assim como nós já fazemos para o manejo de pragas, doenças e plantas daninhas, o controle de nematoides também precisa ser feito de forma integrado.
Ou seja, devemos tolerar a presença de nematoides em uma área de cultivo, porém agindo continuamente no sentido de manter as populações dentro dos limites mínimos de prejuízo (FERRAZ e BROWN, 2016).
Até porque depois que os nematoides entram em uma área, é praticamente impossível exterminá-los. Mas temos ferramentas para trabalhar de forma contínua para evitar danos e perdas de produtividade.
Olha só algumas dicas de manejo integrado de nematoides:
O primeiro passo do plano de manejo é conhecer o problema, assim podemos impedir sua disseminação, seja na entrada da propriedade ou de um talhão para o outro. Para isso é necessário sabermos onde está ocorrendo (talhão), qual é o problema (qual a espécie de nematoide presente na área) e o tamanho dessa população. Essas perguntas devem ser respondidas através de uma análise nematológica, a qual nos fornecerá informações necessárias para definir a melhor estratégia de manejo.
Em posse das informações necessárias, a primeira ação após identificar o local do problema é definir um manejo preventivo, assim evitamos a disseminação dos vermes para os demais talhões, esse manejo pode ser feito através da limpeza de máquina e implementos, evitar o início das operações pelo talhão mais contaminado e a utilização de água de irrigação livre da presença dos vermes.
A rotação de culturas é uma das formas mais eficientes para o controle de nematoides em culturas anuais. Isso porque o cultivo de uma mesma espécie em determinada área por longos períodos de tempo pode favorecer o aumento populacional dos nematoides. A partir disso, quando conhecemos qual o nematoide está presente na área, podemos realizar de maneira efetiva a rotação de culturas, escolhendo espécies vegetais não hospedeiras.
Exemplo: em um local com alta infestação do nematoide do cisto da soja (Heterodera glycines) é possível realizar a rotação da leguminosa com milho, o qual não é hospedeiro e irá auxiliar na diminuição da população do nematoide.r
Outra boa forma de fazer a rotação de maneira eficiente é apostar em plantas antagonistas. Ou seja, aquelas que afetam negativamente a população da maioria dos fitonematoides. Um exemplo são algumas espécies do gênero Crotalaria que funcionam como plantas armadilha e não permitem que a população de nematoides complete seu ciclo de vida.
Somado a todos os outros fatores que citamos anteriormente, o controle biológico é uma maneira prática e eficiente de combater o problema dos nematoides.
É válido lembrar que para um agente biológico (vírus, fungos ou bactérias) ser considerado realmente eficaz, ele deve responder a uma série de requisitos, como não ser patogênico aos seres humanos, não trazer danos ao meio ambiente e, é claro, ser eficiente em reduzir as populações de nematoides.
E por falar nisso, você já conhece o Rizotec? À base de clamidósporos do fungo Pochonia chlamydosporia (CEPA PC-10), o nematicida biológico Rizotec apresenta alta rusticidade e efetividade no parasitismo de ovos.
A CEPA PC-10 foi escolhida para ser o componente ativo do Rizotec por suas excelentes qualidades:
Para saber mais sobre a eficiência do Rizotec e como aplicá-lo em sua lavoura, clique aqui.
O Desafio é grande e o impacto produtivo e econômico já atravessa a casa dos bilhões, para saber mais sobre este assunto ouça o podcast em que convidamos o Especialista em Fitotecnia e Responsável pela Área de Nematologia da Stoller - Mateus Picoli e o Engenheiro Agrônomo e RTV Stoller - Luis Felipe A. Ramos, que abordaram na ótica da pesquisa e da prática, a problemática do nematoide na agricultura, algumas formas de manejo e o que a Stoller oferece de mais eficiente nesse combate para você, produtor