Adubo para milho: NPK

A quantidade de adubo para milho NPK irá depender das condições químicas do solo e expectativas de produtividade. Como o milho também desempenha função econômica, boas produtividades da cultura são almejadas safra após safra. Entretanto, para elevadas produtividades, além do adequado posicionamento e manejo fitossanitário da cultura, é necessário suprir suas exigências nutricionais.

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A maior parte do peso seco da planta de milho consiste em materiais orgânicos carbônicos resultantes da fotossíntese e dos processos subsequentes. Pelo menos 13 elementos nutricionais devem ser absorvidos para que a planta de milho cresça e se desenvolva normalmente. O suprimento adequado de cada nutriente em cada estádio é essencial para o crescimento ótimo em todos os estádios (Ritchie; Hanway; Benson, 2003).

Dentre os nutrientes mais requeridos pelo milho, destacam-se os macronutrientes Nitrogênio (N), Fósforo (P) e Potássio (K). A extração e exportação desses nutrientes pela planta está diretamente relacionada a produtividade da cultura e tipo de exploração (grãos ou silagem).

Tabela 1. Extração (Extra) e Exportação (Expor) de nutrientes segundo a expectativa de produtividade do milho (produção de grãos).

Extração (Extra) e Exportação (Expor) de nutrientes segundo a expectativa de produtividade do milho

Fonte: Gitti; Rizzato (2019)

Conforme observado por Silva (2016), o acúmulo de Nitrogênio, Fósforo e Potássio pela planta de milho varia de acordo com suas fases de desenvolvimento e órgãos da planta (figura 1), principalmente em função do acúmulo de matéria seca na planta (figura 2), que também varia em função do estádio de desenvolvimento e órgãos do milho.

Figura 1. Equivalentes de acúmulo de N (a), P2O5 (b) e K2O (c) em diferentes compartimentos da planta, ao longo do ciclo do milho cultivado em ambientes com médio (esquerda) e alto investimento (direita) em adubação.

Equivalentes de acúmulo de N (a), P2O5 (b) e K2O (c) em diferentes compartimentos da planta, ao longo do ciclo do milho cultivado em ambientes com médio (esquerda) e alto investimento (direita) em adubação.
Fonte: Silva (2016)

Figura 2. Acúmulo de matéria seca, Nitrogênio, Fósforo e Potássio na parte aérea de plantas de milho.

Acúmulo de matéria seca

Fonte: Coelho (2006)

Segundo resultados obtidos por Silva (2016) e apresentados na figura 1, o nível de adubação também pode influenciar no acúmulo de nutrientes na planta de milho, contribuindo inclusive para a obtenção de altas produtividades em situações de alto investimento em adubação. Além disso, é notório que para a maioria dos macronutrientes N, P e K, há uma crescente demanda em função da evolução do ciclo de desenvolvimento da planta.

Por consequência, caso a oferta dos nutrientes não acompanhe/supra as exigências nutricionais do milho, limitações de produtividade podem ser observadas na cultura. Por serem requeridos em maiores quantidades, visando fornecer o adequado aporte nutricional, os macronutrientes N, P e K são fornecidos aos sistemas de produção via fertilizações N-P-K. O adubo para milho NPK, normalmente apresenta em sua composição porcentagem de N, P e K respectivamente. Porém, dependendo da formulação, a ausência de um desses nutrientes pode ser observada.

De modo geral, pode se tratar de maiores quantidades de adubo em comparação aos micronutrientes, o adubo para milho NPK é fornecido na semeadura, via sulco. Ainda que possa ser distribuído a lanço e pré ou pós-semeadura, em virtude da baixa mobilidade do elemento Fósforo no solo, a adubação a lanço com formulações de fertilizantes que contenham esse nutriente não é aconselhada, tão pouco eficiente.

Como a cultura do milho é altamente responsiva a adubação nitrogenada e altas doses de N são requeridas para a obtenção de boas produtividades, normalmente utiliza-se uma formulação N-P-K que contenha parte do nitrogênio requerido pelo milho na semeadura, sendo posteriormente realizada a complementação da adubação nitrogenada em cobertura na pós-emergência da cultura, podendo ocorrer o parcelamento ou não da dose de Nitrogênio.

A quantidade de adubo para milho NPK irá depender das condições químicas do solo e expectativas de produtividade, sendo que normalmente leva-se em consideração para definir a dose de N, o teor de matéria orgânica do solo e expectativas de produtividade. Já a definição das doses de P e K leva em conta além das expectativas de produtividade, o teor de argila e CTC do solo (capacidade de troca de cátions) respectivamente, entre outros fatores.

Além da adubação com fertilizantes NPK ser realizada na semeadura do milho, também pode-se aderir a adubação de sistema, principalmente em solos com fertilidade construída. A adubação de sistema pode ser realizada parcial ou totalmente em culturas antecessoras, entretanto, nutrientes com elevada demanda como Nitrogênio precisam ser ofertados  no cultivo do milho, podendo-se particionar a adubação durante o ciclo de desenvolvimento da planta, principalmente nas fases de definição dos componentes de produtividade.

Cabe destacar que cada região de cultivo concentra recomendações para a adubação  N-P-K do milho com base nas características de solo e metodologias propostas. Logo, deve-se seguir as orientações de cada região, presentes nos manuais técnicos de adubação.

Referências:

COELHO, A. M. NUTRIÇÃO E ADUBAÇÃO DO MILHO. Embrapa, Circular Técnica, n. 78, 2006.

GITTI, D. C.; RIZZATO, L. A. MANEJO DA NUTRIÇÃO E SEUS EFEITOS NA PRODUTIVIDADE DO MILHO SAFRINHA. Fundação MS, Tecnologia e Produção: Milho Safrinha, 2019.

RITCHIE, S. W.; HANWAYM, J. J.; BENSON, G. O.; COMO A PLANTA DE MILHO SE DESENVOLVE. Arquivo do Agrônomo, n. 15, Informações Agronômicas, n. 103, Potafos, 2003.

SILVA, C. G. M. ABSORÇÃO E EXPORTAÇÃO DE MACRONUTRIENTES EM MILHO TRANSGÊNICO SOB DOIS NÍVEIS DE INVESTIMENTO EM ADUBAÇÃO. Dissertação de Mestrado, Universidade Federal de São João del-Rei, 2016.


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