Conhecer as principais características da fenologia do algodão é essencial para definir as melhores estratégias de manejo que serão adotadas ao longo do ciclo. A profundidade ideal para o plantio é de 3-4 cm, sob ótimas condições as sementes de algodão levam menos que uma semana para germinar e emergem do solo com duas folhas cotiledonares (dicotiledônea), que possuem um tegumento para protegê-las até a emergência.
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Fenologia do algodão: Tegumento da semente protegendo os cotilédones do algodoeiro por ocasião da emergência.
As folhas cotiledonares podem ser localizadas diretamente opostas uma a outra ou paralelas, e atingem o seu tamanho máximo logo após emergirem do solo e param de crescer em tamanho quando as folhas verdadeiras emergem. As folhas cotiledonares caem por volta dos 40 dias. Folhas cotiledonares e folhas verdadeiras variam em forma e tamanho. As folhas cotiledonares são mais arredondadas (Figura 2) enquanto as folhas verdadeiras possuem lóbulos (Figura 03).
Figura 2: Plântulas de algodão logo após a emergência mostrando os cotilédones.
Figura 3: Diferença da morfologia foliar dos cotilédones (círculo vermelho) e folhas verdadeiras (círculo azul) em uma planta jovem de algodão.
As folhas cotiledonares, também chamas de folhas da semente, sempre são duas e localizadas em lados opostos do caule ou paralelas. Elas atingem seu tamanho máximo em 10 dias. Elas formam o primeiro nó na haste principal, considerado o nó zero. O número de nós é contado acima do nó cotiledonar e essa informação é importante para realização de técnicas de avaliação como o mapeamento de plantas.
As folhas verdadeiras crescem em um arranjo espiral, em volta do caule. O número de folhas verdadeiras corresponde ao número de ramos (incluindo nós abortados) mais os pontos frutíferos. A folha da axila da planta origina o ramo, um sub-ramo ou ramo frutífero. Muitos botões florais são abortados mesmo antes de se tornarem visíveis. A perda dos botões florais, flores e maçãs no início do ciclo estimula o crescimento vegetativo, criando um desbalanço entre crescimento vegetativo e reprodutivo, que pode resultar em perda de produtividade.
O crescimento vegetativo excessivo pode aumentar a taxa de formação de botões florais, mas não necessariamente a produtividade. A falta de drenos (frutos) aumenta o comprimento dos entrenós resultando em uma planta alta e muito enfolhada. O uso de reguladores de crescimento como o cloreto de mepiquate e o cloreto de clormequate auxiliam no controle do crescimento da planta, e eles começam a ser aplicados nessa fase, cerca de 30 a 35 dias após a emergência.
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