Conheça os principais tipos de uva cultivados no Brasil e os cuidados essenciais com a cultura para transformar qualidade em produtividade

A uva é uma das frutas mais cultivadas no mundo, seja para consumo in natura, produção de sucos ou vinhos, ela está presente em diversas regiões e tem grande importância econômica. No Brasil, a viticultura é uma atividade em expansão, com destaque para diferentes tipos de uva adaptados às condições climáticas e de solo do país.

Neste artigo, você vai conhecer os principais tipos de uva cultivados no Brasil, suas características e como o manejo adequado pode fazer diferença na produtividade e qualidade da fruta.

Quantos tipos de uva existem?

Estima-se que existam mais de 10 mil variedades catalogadas globalmente, cultivadas em diferentes regiões e adaptadas a diferentes climas, solos e finalidades. Essa diversidade é resultado de cruzamentos naturais e melhoramento genético conduzido por agricultores e pesquisadores. De modo geral, as uvas são classificadas de acordo com o seu uso principal: uvas de mesa, que são consumidas frescas e se destacam por seus bagos grandes, sabor adocicado e, muitas vezes, ausência de sementes; uvas para vinho, que possuem casca mais espessa, maior concentração de açúcares e compostos fenólicos; e uvas para suco, que apresentam pigmentação intensa, aroma marcante e alto teor de açúcar, sendo muito utilizadas na indústria de bebidas.

As variedades cultivadas pertencem, em sua maioria, a três espécies principais. A mais conhecida é a Vitis vinifera, originária da Europa e do Oriente Médio, amplamente utilizada na produção de vinhos finos e uvas de mesa premium. Essa espécie é valorizada por sua qualidade, mas exige cuidados especiais por ser mais sensível a doenças. Já a Vitis labrusca, nativa da América do Norte, é muito cultivada no Brasil, especialmente nas regiões Sul e Sudeste. Este tipo de uva se destaca por sua rusticidade, resistência a pragas e boa adaptação a climas úmidos, sendo usada na produção de sucos e vinhos de mesa no país. Há ainda a Vitis rotundifolia, também conhecida como muscadínea, comum no sudeste dos Estados Unidos, mas com pouca expressão comercial no Brasil.

Além dessas espécies, o avanço do melhoramento genético tem permitido o desenvolvimento de híbridos interespécies, que combinam características desejáveis como resistência a doenças, produtividade e qualidade dos frutos. No Brasil, esse trabalho tem gerado variedades adaptadas ao clima tropical, como a BRS Vitória, uma uva de mesa sem sementes, e a BRS Isis, com coloração intensa e sabor marcante. Vale lembrar que uma mesma variedade pode apresentar características diferentes dependendo do local onde é cultivada. Isso ocorre por influência do chamado terroir — um conjunto de fatores como solo, clima, altitude e práticas de manejo — que impacta diretamente o perfil sensorial da uva. Por isso, uma Cabernet Sauvignon produzida na Serra Gaúcha terá características distintas da mesma variedade cultivada na França ou no Chile.

Principais tipos de uva cultivados no Brasil

Arra 15

Uva ARRA 15, também conhecida comercialmente como ARRA Sweeties™, é uma variedade de uva de mesa branca sem sementes (seedless), desenvolvida com o objetivo de oferecer alta qualidade, sabor doce e resistência ao transporte, atendendo tanto ao mercado interno quanto ao mercado de exportação.

Originária do programa de melhoramento genético ARRA (Agricultural Research & Development), essa variedade foi introduzida em diversas regiões produtoras ao redor do mundo, incluindo o Brasil, onde se destaca especialmente no Vale do São Francisco, uma das principais regiões exportadoras de frutas do país.

Entre suas principais características, a ARRA 15 possui bagos grandes, crocantes e de coloração verde-amarelada, com alto teor de açúcar, o que garante um sabor suave e bastante agradável. Além disso, apresenta boa resistência a rachaduras e excelente durabilidade pós-colheita, o que facilita a sua comercialização e exportação.

Do ponto de vista agronômico, a ARRA 15 é uma variedade considerada produtiva e precoce, o que permite colheitas em ciclos mais curtos, aumentando a rentabilidade para o produtor. Ela também responde bem às técnicas modernas de manejo, como o uso de reguladores de crescimento e práticas sustentáveis no cultivo.

Com uma aceitação crescente no mercado internacional, especialmente na Europa, Estados Unidos e Ásia, a uva ARRA 15 representa um avanço na fruticultura brasileira, aliando qualidade, sabor e sustentabilidade na produção.

Uva Niágara

A uva Niágara, híbrida de Vitis labrusca, é a variedade de mesa mais cultivada no Brasil, com grande aceitação no mercado interno, especialmente nas regiões Sudeste e Sul. Seus frutos têm bagos médios, casca fina, polpa suculenta, aroma intenso e sabor doce, sendo amplamente utilizados tanto para consumo fresco quanto para sucos. Sua principal exigência nutricional é o potássio, essencial para o acúmulo de açúcares e qualidade dos bagos. O cálcio contribui para a firmeza da casca, enquanto micronutrientes como boro e zinco favorecem a formação dos cachos.

 Uva Isabel

A uva Isabel, pertencente à espécie Vitis labrusca, é uma das variedades mais tradicionais do Brasil, amplamente cultivada nas regiões Sul e Sudeste. Seus frutos apresentam coloração roxa escura e polpa gelatinosa, sendo muito utilizados na produção de sucos e vinhos de mesa. É uma variedade rústica, com boa adaptação a climas úmidos e excelente produtividade. Sua principal exigência nutricional é o potássio, essencial para o acúmulo de açúcares e intensidade da coloração. Micronutrientes como boro e manganês também são importantes para a formação dos cachos e o equilíbrio fisiológico da planta.

Uva Itália

A uva Itália, da espécie Vitis vinifera, é uma das variedades de mesa mais valorizadas no mercado brasileiro, cultivada principalmente em São Paulo, Minas Gerais e no Vale do São Francisco. Seus frutos são grandes, de coloração verde-amarelada, com casca espessa, polpa firme e sabor levemente ácido, o que garante excelente aceitação comercial. Sua principal exigência nutricional é o potássio, que influencia diretamente no enchimento dos bagos, no sabor e na coloração. O cálcio é essencial para a firmeza da casca, enquanto micronutrientes como boro e zinco contribuem para a formação de cachos uniformes e bem estruturados.

Uva Cabernet Sauvignon

A uva Cabernet Sauvignon, originária da França e pertencente à espécie Vitis vinifera, é a variedade mais cultivada no Brasil para a produção de vinhos tintos finos, com destaque para a Serra Gaúcha e a Campanha Gaúcha. Seus frutos têm casca espessa, coloração roxa intensa e alto teor de taninos, resultando em vinhos encorpados. A demanda nutricional dessa variedade é elevada, com destaque para o potássio, que influencia na maturação e no acúmulo de açúcares, e o magnésio, essencial para a fotossíntese e o equilíbrio metabólico. Micronutrientes como ferro e boro também são importantes para o desenvolvimento dos cachos e a qualidade final da uva.

MANEJO NUTRICIONAL PARA UVA

O sucesso na produção de uvas está diretamente ligado ao equilíbrio nutricional da planta. Um manejo nutricional bem planejado garante não apenas maior produtividade, mas também frutos com melhor qualidade, sabor, coloração e conservação pós-colheita.

Macronutrientes essenciais

A videira exige uma nutrição balanceada ao longo de seu ciclo. Entre os macronutrientes essenciais, destacam-se o Nitrogênio (N), que estimula o crescimento vegetativo; o Fósforo (P), fundamental para o desenvolvimento radicular e floração; e o Potássio (K), que influencia diretamente o enchimento dos frutos, o acúmulo de açúcares e a resistência a doenças. Já o Cálcio (Ca) é importante para a firmeza dos bagos e integridade da casca, enquanto o Magnésio (Mg) participa da fotossíntese e o Enxofre (S) atua na formação de proteínas.

Micronutrientes essenciais

Além disso, os micronutrientes como Coro (B), Zinco (Zn), Manganês (Mn), Ferro (Fe) e Cobre (Cu) são indispensáveis em pequenas quantidades, mas exercem funções vitais no metabolismo da planta, como a formação de flores, a divisão celular e a síntese de clorofila. A deficiência de qualquer um desses elementos pode comprometer o rendimento e a qualidade da produção.

Por isso, é essencial realizar análises de solo e tecido foliar regularmente, ajustando a adubação conforme a fase fenológica da videira e as condições específicas de cada região. O uso de tecnologias como fertirrigação e adubação foliar também pode aumentar a eficiência da nutrição e reduzir perdas.

Soluções Stoller para o manejo da uva

As soluções Stoller, integradas o conceito Cultive HF, oferecem um conjunto de tecnologias e estratégias nutricionais voltadas para o alto desempenho da cultura da uva, desde o enraizamento até a colheita. Dentro do Cultive HF, as estratégias de manejo são organizados para atender às necessidades específicas de cada fase do ciclo da videira:

IMPLANTAR DA STOLLER

Focado no desenvolvimento radicular, essa estratégia de manejo estimula a formação de raízes ativas e saudáveis, fundamentais para a absorção eficiente de água e nutrientes. Na uva, um sistema radicular vigoroso é essencial para suportar a carga de frutos, síntese de compostos orgânicos, além de garantir o desenvolvimento da planta.

Atua na fase vegetativa, promovendo o equilíbrio hormonal e o crescimento uniforme dos ramos, folhas e cachos. Esse equilíbrio é crucial para a formação de uma planta bem estruturada, que favorece a fotossíntese e prepara a planta para um desenvolvimento de frutos eficiente.

NUTRA&DEFENDA HF DA STOLLER

Atua promovendo a nutrição equilibrada e a sanidade da planta, fortalecendo a videira contra doenças bacterianas e fúngicas. Esse fortalecimento contribui para uma lavoura mais uniforme, cachos bem formados e maior percentual de frutos com padrão comercial desejável. Ao equilibrar o metabolismo da planta, o programa favorece o desenvolvimento de uvas mais saudáveis, visualmente atrativas e com melhor desempenho em produtividade e qualidade.

COR&SABOR DA STOLLER

Voltado para a fase reprodutiva, esse programa tem como foco o enchimento dos frutos, o acúmulo de açúcares e a qualidade final dos frutos. Ele contribui para a coloração, firmeza, sabor das uvas e qualidade do produto final.